domingo, 18 de maio de 2014

Mário Pastore, versatilidade!


Mário Pastore é um dos nossos grandes vocalistas. Professor de canto muito requisitado e com um extenso currículo de suas passagens pelas mais diversas bandas, além de participações para lá de especiais em projetos. Conheçam um pouco mais e saibam como pensa uma das mais emblemáticas personalidades do cenário Heavy Metal do nosso país. Confiram!

HM Breakdown: Antes de tudo, obrigado pelo seu tempo e por nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, nos fale sobre você e suas atividades.
Mário Pastore: Eu que agradeço a vocês pelo seu espaço, sou um cantor de 46 anos, canto em eventos diversos, dou aula de técnica vocal a semana toda, vivo uma vida normal, pratico artes marciais, curto minha família e casa, jogo videogame, saio e por ai vai.

HMB: Quando você descobriu que tinha talento para cantar?
Pastore: Eu comecei imitando Elvis aos 5 anos, quando tinha uns 17 anos imitava o Eric Adams e a galera dizia que era igual, ai comecei a procurar bandas. Pelos idos de 86 por ai.

HMB: Biotronic Genesis do Acid Storm foi o seu primeiro registro oficial com uma banda? Conte-nos sobre aquela época?
Pastore: Sim ele foi gravado no fim de 1991, a Hellion bancou o estúdio, os instrumentos demoraram em achar seu timbre ideal e eu fiquei com 3 horas para gravar os vocais, algumas coisas não gosto do resultado, mas tive que fazer e é isso, o disco foi muito bem aceito lá fora e íamos fechar um contrato com uma ótima gravadora se não me engano da Bélgica, eu cansei de certas coisas que rolavam no âmbito pessoal e antes de rolar algo ruim, sai fora e ficou para história, infelizmente música e bom relacionamento pessoal dificilmente andam de mãos dadas.


HMB: Sim, concordo! Logo após esse lançamento, você participou de vários projetos e bandas, nos conte como foi esse período?
Pastore: Sim participei de varias bandas para tentar continuar minha trajetória, nesse período gravei CDs com Tailgunners, Sacred Sinner, Acid Storm um EP, projetos foram o Hamlet e pequenas participações em CDs de bandas nacionais, eu não gosto da maioria dos CDs pela péssima produção e sai dessas bandas porque eles queriam fazer as coisas de um modo que eu sabia que não iria funcionar, ai eu saia fora, por respeito aos fundadores das bandas, só curti o Hamlet que deu uma alavancada no meu nome!

HMB: Como está a aceitação do seu trabalho solo? Visto que já tem dois trabalhos lançados.
Pastore: A aceitação foi e é ótima, mas o primeiro CD fez mais sucesso apesar do segundo ter uma gravação melhor, no Japão o primeiro vendeu de cara 5 mil cópias, o segundo vendeu metade disso lá. Aqui o primeiro está esgotado e estou vendendo de vez em quando o segundo, o estilo mudou um pouco do primeiro para o segundo e os japoneses estranharam isso, foi o que a gravadora me disse, e vou retomar o esquema do primeiro com um Heavy mais tradicional, outro dia fizemos um show com o Dark Avenger e vimos que o Pastore tem que voltar, os fãs cantavam conosco e chamavam o nome da banda, o show ficou lotado para verem Dark Avenger e Pastore! Foi demais.

HMB: Como são feitos os contatos para os shows? Você ainda vai atrás disso ou os convites são mais frequentes?
Pastore: Eu tenho alguns amigos muito bacanas que estão vendo isso, deverão surgir alguns shows em breve. Às vezes falam comigo, nesse país a coisa é complicada.
HBM: Atualmente, as bandas procuram os serviços de uma assessoria de imprensa para dar mais vazão as notícias referentes às suas atividades, não seria o caso também de se contratar um management buscando manter a frequência das  apresentações?
Pastore: Eu acho necessário sim, mas a banda estava parada, agora que estou retornando haverá assunto e ai sim uma assessoria é bem vinda e necessária.

HMB: E sobre suas aulas? Como é o Mário Pastore professor de canto?
Pastore: Sou claro aos meus alunos, ensino tudo da forma que tem que ser, mas cobro deles muito empenho, não existe milagre em técnica vocal, você tem que estender sua voz, fortalecer a musculatura para conseguir ir do grave ao agudo, eu digo a eles que mostro o caminho, quem tem que caminhar direito são eles, minha postura é só fazer com verdade, e isso eu faço!!

HMB: Além disso, você também participa de vários eventos, e mostra uma versatilidade muito grande com a sua voz, o que este tipo de trabalho, além das suas aulas, representa para você?
Pastore: É um trabalho que gosto muito, me faz evoluir mais como cantor por cantar outros estilos como Opera, Soul e Pop e ajuda no orçamento, além de trabalhar com músicos mais eruditos e ótimas orquestras, eu gosto muito!!

HMB: Qual é a sua visão do cenário Heavy Metal no Brasil?
Pastore: Depois do que vi no show do Dark Avenger, Pastore e Zaltana, voltei a acreditar mais, mas existem poucos espaços pra som próprio e acho que os músicos, têm que baixar a bola do ego, pessoas que mal começam e já são arrogantes e prepotentes. Isso não leva ninguém a lugar nenhum, eu mesmo não me meto em panelinha com ninguém e quando percebo que neguinho é cuzão, já me afasto porque não vai prestar mesmo (risos). Deveria ser diferente, as pessoas esquecem que história se constrói, isso não se compra com grana. Respeito e união dariam certo, mas nem venha com esse papinho de união do Metal nacional que não engulo mais (risos), existem bandas legais que vão se juntar com sabedoria e podem fazer funcionar muitas coisas, o público esta reconhecendo melhor os artistas brasileiros, então alguns pontos positivos outros negativos.


HMB: Então você acredita na união das bandas buscando melhorar a qualidade das apresentações e do próprio evento?
Pastore: Sim, mas bandas que tenham um estilo similar e que saibam se comportar uns com os outros, sem estrelismo, respeitando horários, ordem de apresentação e tudo mais, funcionou legal agora dia 15!

HMB: Indo de encontro a estilo similar a que você se refere, não seria muito mais interessante termos uma variedade de estilos dentro de um mesmo evento, por exemplo, um show com Pastore e Krisiun?
Pastore: Olha eu já tive algumas experiências nesse sentido e na minha visão não rola, principalmente estilos mais radicais, como Death e Black Metal.

HMB: Planos para o futuro?
Pastore: Em breve lançar mais coisas e continuar a trabalhar pela minha carreira;

HMB: Resuma Mário Pastore em uma frase ou palavra.
Pastore: Mario Pastore é assim você gosta ou odeia, se você gosta vai sair ganhando, porque terás um amigo para toda hora, mas, se você odeia, você é um trouxa, mas isso é problema seu (risos).

HMB: Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este belo bate-papo, deixe aqui uma mensagem para os nossos leitores.
Pastore: Eu que agradeço e foi um prazer participar desse belo bate papo, abração aos leitores e apoiem o que vem daqui, principalmente se você tem banda e quer ser apoiado! Abraço!

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