sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Luis Carlos: Persistência


Luis Carlos, ou Carlinhos é um músico do Rio de Janeiro, que além de outras foi baterista da banda Static Magik que fez um barulho considerável na cena até o fim de suas atividades. Carlinhos criou a produtora Be Magic e hoje realiza eventos voltados ao rock pela cidade do Rio de Janeiro. Tivemos um produtivo bate-papo com Carlinho e o resultado você confere a seguir.

HMBreakdown: Antes de começarmos, obrigado pelo seu tempo e por nos dar o privilégio dessa conversa. Agora, fale-nos sobre você e suas atividades.
Luis Carlos: atualmente eu venho desenvolvendo um trabalho com uma produtora de shows, a Be Magic, que completará dois anos de atividade. Fizemos muitos shows e ainda estamos na correria, já que fizemos eventos o ano todo.

HMB: A Be Magic tem sido muito atuante no cenário musical, inclusive, realizando shows e workshops importantes e de grande interesse para o público. Existem planos para a expansão das atividades em outras áreas da cultura?
Luis Carlos: Sempre existe essa possibilidade porque eu vou fazendo as coisas pelas oportunidades que aparecem e por mais que eu me programe ou planeje alguma coisa futura, as coisas acabam surgindo inesperadamente e tendo melhores resultados. É sempre uma "caixinha de surpresas". Eu gostaria de fazer isso sim, tem tantas coisas legais como shows de humor, teatro, enfim, um "caminho cultural" do qual eu gostaria de explorar mais se aparecessem oportunidades, quem sabe em 2017.

HMB: Quais são as dificuldades que você encontra do momento em que decide por realizar um evento até que ele aconteça de fato?
Luis Carlos: Só em fazer algo voltado para o Rock pesado no Brasil já é sinônimo de dificuldade. Quando é voltado para o mercado nacional, as dificuldades são ainda maiores porque você tem que fazer com que o público tenha mais estímulo em comparecer, coisa que é mais fácil com as bandas gringas, essa é uma verdade e não tem como mudar essa mentalidade da noite para o dia, ainda que tenhamos hoje diversos eventos bacanas voltados para bandas brasileiras.
Eu faço tudo na marra, não tenho apoio de empresa, nem de governo algum e é feito tudo de forma independente, mas veja bem, eu não estou criticando quem faz isso, é apenas a forma do qual eu trabalho, já me ofereceram um evento onde citaram a Lei Rouanet para fazer o trabalho e eu vetei na hora, preferi recusar. Como eu disse, é uma "caixinha de surpresas", às vezes tem tudo pra dar errado e tudo acontece maravilhosamente bem, as vezes acaba tudo dando errado mesmo com tudo estruturado. Vida de produtor no Brasil é andar na corda bamba, e se bobear com linha de cerol de pipa ainda. (risos)


 HMB: E qual seria a fórmula mágica para mudar essa atitude do brasileiro de não valorizar a sua cena e as suas bandas? Acredito que por você realizar seus eventos apenas com a sua força e determinação, você deve pesquisar para saber onde está a demanda do público naquele momento e fazer o show visando o sucesso do mesmo.
Luis Carlos: A minha fórmula é não ter uma, até porque eu procuro não bater nesta mesma tecla de falar e só reclamar de cena e discussão sobre que o certo é isso e o errado é aquilo, porque isso nunca dá em nada quando na verdade alguma coisa só vai dar certo quando as pessoas colocarem a mão na massa, eu já me cansei disso há anos e quero distância.
Simplesmente eu vou fazendo as coisas porque eu gosto, se muitas pessoas me apoiam, ótimo, fico feliz por isso porque é justamente é pra eles que eu faço eventos, do contrário, paciência, ninguém é obrigado a apoiar e curtir. Eu entendo isso como uma democracia, e se um dia eu resolver não fazer mais eventos, simples, eu paro e pronto, não vou ficar reclamando.
Muitas Bandas eu não fiz porque é um "sucesso" ou porque está na "crista da onda", mas porque realmente eu gosto, e cabe ao público comparecer em massa e retribuir a banda essa força.

HMB: Hoje eu percebo um significativo aumento da qualidade do material apresentado pelas bandas ao público, seja em gravações, material gráfico ou vídeo clipes. Na questão dos shows, você acha que essa qualidade se reflete, ou eles não se importam com isso, apenas sobem lá e “descem a mão”. Existe essa preocupação com a qualidade nos seus eventos?
Luis Carlos: Existe, acho que cada vez mais temos trabalhos bem feitos, o profissionalismo das bandas melhorou bastante. É claro que aquilo que você faz não vai significar o melhor pra todo mundo, mas o importante é você fazer a sua parte e quanto ao que cada banda faz, bem, isso só depende delas e o que eles elas almejam para suas carreiras.


 HMB: Estando radicado no estado do Rio de Janeiro, que diferença você apontaria entre os demais estados em relação ao cenário da música pesada nacional?
Luis Carlos: Bem, pra mim fã de Heavy Metal é fã de Heavy Metal, não existe diferença porque a paixão é a mesma e nem as questões regionais interferem, claro que alguns estados se destacam mais do que os outros e até tem mais tradição, mas percebo que tem tido muitas coisas bacanas acontecendo, por exemplo, em Manaus e isso é ótimo!
Acho que São Paulo continua sendo uma grande força dentro do Metal Brasileiro, mas mesmo com todas as dificuldades muita coisa bacana está acontecendo na Bahia, em Santa Catarina, em tantos outros lugares onde as pessoas estão se mobilizando para fazer alguma cena.

HMB: Existem planos de expandir as produções da Be Magic para outros estados brasileiros?
Luis Carlos: Não existem planos para fazer eventos em outros estados, acho mais conveniente fazer alguma coisa onde eu vivo e sei que em outros lugares existem pessoas competentes fazendo a sua parte.

HMB: Resuma Luis Carlos em uma frase ou palavra.
Luis Carlos: Persistência.

HMB: Obrigado pelo seu tempo e por nos proporcionar este belo bate-papo, deixe aqui uma mensagem para os nossos leitores.

Luis Carlos: Agradeço pelo espaço cedido a mim para que eu divulgasse um pouco do meu trabalho, então, te desejo muito sucesso também e estamos juntos na batalha em prol do Rock pesado!

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